O volume 43 da série Cadernos Negros, organizado em 2020, chegou batendo alguns recordes em relação a outros livros da série. É o volume com o maior número de autorxs, o maior número de páginas e o maior número de mulheres dentre todos os quarenta e três livros já publicados. Isso também demandou um maior número de avaliadorxs, gerando uma processo em que talvez tenhamos chegado a cerca de uma centena de pessoas envolvidas só na gestação do livro, sem contar seu lançamento, ocorrido em abril de 2021.
Ao mesmo tempo em que isso foi fascinante, também foi desafiador, pois foi um trabalho gigantesco dar conta de um processo assim no prazo que temos disponível para fazer cada volume. Isso, acrescido à situação de pandemia que vivemos desde o início de 2020, tornou a tarefa extremamente dificultosa. Mas os organizadores, Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro, com o apoio de outrxs autorxs e pessoas, conseguiram dar conta de tal empreitada. E, é lógico, a receptividade dxs leitorxs é fundamental para que a série siga adiante. Enfim, o livro está na rua para todxs que se interessarem. E que sejam muitxs.
Cadernos 43 sai com 488 páginas, 65 autorxs, 40 delxs são mulheres. Uma pesquisa realizada há algum tempo identificou que uma figura feminina, a mãe, é a maior responsável por criar o hábito de leitura nas crianças. Aqui em Cadernos, as mulheres têm também ocupado cada vez mais o merecido espaço como autoras. Desde o pós-abolição, passando pela Frente Negra, tem-se registrado o papel das mulheres como participantes e protagonistas das lutas e empreendimentos do povo preto. E isso tende a aumentar com o tempo.
Como diz a atriz Vera Lopes numa das orelhas: “Cadernos Negros prosa ou poesia são fundamentos, nos aprontam e nos fortalecem para os múltiplos enfrentamentos; viabilizam encontros a partir das letras até a cumplicidade de momentos compartilhados”. O querido cantor e escritor Martinho da Vila também afirma: “Cadernos Negros é uma publicação de resistência em alto nível e já foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura”. Já o sambista e sociólogo T-Kaçula observa que os Cadernos contribuem estruturalmente “no contexto de como observamos o mundo, seja no campo da política, da economia, da literatura e das relações raciais no nosso país”.
Os Cadernos continuam saindo como um trabalho cooperativo, portanto, adquiri-los, lê-los e indicá-los para outras pessoas é contribuir para o seu processo de continuidade.
Você pode encontrá-los aqui na livraria do site: Livraria.