Estamos nos preparando para o nascimento do volume 38 de Cadernos Negros. Muitos livros têm sido lançados ultimamente. Isso é ótimo! A colheita de palavras negras e livros afro-brasileiros está cada vez mais intensa. Que venham mais livros. E que venham mais leitores. Os leitores são a razão maior de os livros existirem. Você também pode colaborar para que esse movimento seja contínuo. Participe da campanha de pré-venda do CN 38 no link abaixo. O lançamento do livro já está marcado para o dia 18 de dezembro de 2015, sexta-feira, na biblioteca Alceu Amoroso Lima, Rua Henrique Schaumann, 777 – Pinheiros, São Paulo, Zona Oeste de São Paulo (a Biblioteca fica na esquina com a Rua Cardeal Arcoverde e na altura do número 1111, da Rua Teodoro Sampaio. A Biblioteca também é próxima da Praça Benedito Calixto). A partir das 19h. Navegue na página a seguir e ajude a contar nossas histórias.
O texto abaixo foi publicado no volume especial Cadernos Negros Três Décadas e fala sobre a criação e a batalha para a manutenção da série. Quando você clicar, a publicação abrirá no site Issuu.
Isso mesmo, rapaziada!
Foram muito legais as atividades que o Quilombhoje realizou na bienal do livro 2012, no Anhembi, em São Paulo, dia 19/8.
Houve um bate-papo sobre literatura afro, uma roda de conversa que foi interessante para discutir alguns temas que são pertinentes a essa ação de nos escrevermos, e que serviu também para exteriorizar algumas inquietações dos que estavam presentes.
Depois, mais tarde, rolou a roda de poemas, com a presença de muita gente interessada, participação de muitos jovens falando poesia. Foi da hora, e isso graças aos autores que trouxeram seu axé: Akins Kintê, Débora Garcia, Esmeralda Ribeiro, Márcio Barbosa, Sergio Ballouk, Thyko de Souza, além da participação super especial de Sidney de Paula Oliveira, de Cosme Nascimento na percussão, de vários outros poetas, rappers etc. Agradecimentos a todos os que participaram e à Secretaria Municipal de Educação. Algumas fotos estão no slideshow abaixo. Depois postaremos mais. E tem fotos também no blog do Sergio Ballouk: http://sergioballouk.blogspot.com.br/
A fim de tornar acessível a literatura e outras informações para aqueles que transitam no mundo tecnológico, colocamos à disposição dois títulos em formato de e-book: CADERNOS NEGROS MELHORES POEMAS, indicado para o vestibular da UFBA, em Salvador, e NOMES AFROS. Os e-books ganham cada vez mais espaço, embora o livro em papel continue fascinando e ainda tenha um longo caminho a percorrer. O Nomes Afros estava esgotado e essa foi uma maneira encontrada para disponibilizá-lo.
Os arquivos estão em formato pdf.
O Melhores Poemas você encontra neste endereço: http://hotmart.net.br/show.html?a=M64859M
Já o Nomes Afros você pode encontrar aqui: http://hotmart.net.br/show.html?a=M66186M
Segue um artigo interessante, tirado do Correio Nagô (http://correionago.ning.com), que mostra como a imagem do Brasil é veiculada pela grande mídia na África
Novelas brasileiras passam imagem de país branco, critica escritora moçambicana
Brasília – “Temos medo do Brasil.” Foi com um desabafo inesperado que a romancista moçambicana Paulina Chiziane chamou a atenção do público do seminário A Literatura Africana Contemporânea, que integra a programação da 1ª Bienal do Livro e da Leitura, em Brasília (DF). Ela se referia aos efeitos da presença, em Moçambique, de igrejas e templos brasileiros e de produtos culturais como as telenovelas que transmitem, na opinião dela, uma falsa imagem do país.
“Para nós, moçambicanos, a imagem do Brasil é a de um país branco ou, no máximo, mestiço. O único negro brasileiro bem-sucedido que reconhecemos como tal é o Pelé. Nas telenovelas, que são as responsáveis por definir a imagem que temos do Brasil, só vemos negros como carregadores ou como empregados domésticos. No topo [da representação social] estão os brancos. Esta é a imagem que o Brasil está vendendo ao mundo”, criticou a autora, destacando que essas representações contribuem para perpetuar as desigualdades raciais e sociais existentes em seu país.
“De tanto ver nas novelas o branco mandando e o negro varrendo e carregando, o moçambicano passa a ver tal situação como aparentemente normal”, sustenta Paulina, apontando para a mesma organização social em seu país.
A presença de igrejas brasileiras em território moçambicano também tem impactos negativos na cultura do país, na avaliação da escritora. “Quando uma ou várias igrejas chegam e nos dizem que nossa maneira de crer não é correta, que a melhor crença é a que elas trazem, isso significa destruir uma identidade cultural. Não há o respeito às crenças locais. Na cultura africana, um curandeiro é não apenas o médico tradicional, mas também o detentor de parte da história e da cultura popular”, detacou Paulina, criticando os governos dos dois países que permitem a intervenção dessas instituições.
Primeira mulher a publicar um livro em Moçambique, Paulina procura fugir de estereótipos em sua obra, principalmente, os que limitam a mulher ao papel de dependente, incapaz de pensar por si só, condicionada a apenas servir.
“Gosto muito dos poetas de meu país, mas nunca encontrei na literatura que os homens escrevem o perfil de uma mulher inteira. É sempre a boca, as pernas, um único aspecto. Nunca a sabedoria infinita que provém das mulheres”, disse Paulina, lembrando que, até a colonização europeia, cabia às mulheres desempenhar a função narrativa e de transmitir o conhecimento.
“Antes do colonialismo, a arte e a literatura eram femininas. Cabia às mulheres contar as histórias e, assim, socializar as crianças. Com o sistema colonial e o emprego do sistema de educação imperial, os homens passam a aprender a escrever e a contar as histórias. Por isso mesmo, ainda hoje, em Moçambique, há poucas mulheres escritoras”, disse Paulina.
“Mesmo independentes [a partir de 1975], passamos a escrever a partir da educação europeia que havíamos recebido, levando os estereótipos e preconceitos que nos foram transmitidos. A sabedoria africana propriamente dita, a que é conhecida pelas mulheres, continua excluída. Isso para não dizer que mais da metade da população moçambicana não fala português e poucos são os autores que escrevem em outras línguas moçambicanas”, disse Paulina.
Durante a bienal, foi relançado o livro Niketche, uma história de poligamia, de autoria da escritora moçambicana.
Aproveitando, dá um confere nestes trabalhos:
http://playnapoesia.com.br/multimidia
http://akinskinte.blogspot.com/