Álbum de fotos do Sarau Afro na Bienal:
Álbum de fotos da roda de poemas realizada no Carrefour de Osasco, por ocasião do lançamento do Programa de Diversidade.
Álbum de fotos do Sarau Afro na Bienal:
Álbum de fotos da roda de poemas realizada no Carrefour de Osasco, por ocasião do lançamento do Programa de Diversidade.
Dia 10 de maio rolou o Sarau Afro Mix. Pra quem não sabe as primeiras edições desse sarau ocorreram na Biblioteca Municipal Mário de Andrade em 2002/2003, numa época em que eram escassos os saraus mais voltados à questão afro. Depois aconteceram outras edições, como nos CEUS da Prefeitura. É um espaço pra quem quer mostrar seus poemas, mas também tem um momento de reflexão.
Esta edição mais recente do sarau rolou na Galeria Olido e teve muitos poetas, como Sergio, Esmeralda, Helton, Thyko, Elizandra, cantoras talentosas, como Lia Jones e Regina Ribeiro, vídeo e muito axé.
Tem aqui umas fotos:
A Conferência Nacional de Educação (Conae) aprovou cotas de 50% para negros e indígenas nas universidades públicas.
Essas vagas deverão ser preenchidas por estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.
Embora as propostas da Conae sejam apenas diretrizes e não leis, elas indicam caminhos para os governos pensarem prioridades nas políticas públicas e servem para orientar o Plano Nacional de Educação;
É óbvio que esses governos deverão ter o compromisso de respeitar tais diretrizes.
Nossa amiga Deise Benedito nos lembra que neste ano completa-se meio século de publicação do livro Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus. Provavelmente a maioria das pessoas já sabe a história, mas não custa repeti-la: nascida em Sacramento, Minas Gerais, e moradora da favela do Canindé, em São Paulo, Carolina sobrevivia como “catadora” de lixo, e foi no lixo que encontrou o seu passe para fora daquele mundo: um velho caderno. Neste caderno começou a escrever um diário nos meados da década de 50. Em 1958, um jornalista, Audálio Dantas, ao fazer uma matéria sobre a favela, foi informado que uma das moradoras tinha um diário. Audálio teve acesso aos escritos e ajudou a editá-los.
Em 1960 era lançado o livro com o sugestivo título Quarto de Despejo. Segundo Carolina, “a favela é o quarto de despejo de uma cidade”. O livro se tornou em pouco tempo um best seller, tendo sido vendidos mais de cem mil exemplares em pouco menos de um ano. A obra alcançou repercussão no Brasil e no exterior e Carolina viajou para vários países. Talvez Carolina tenha sido nossa primeira escritora “periférica”.
Aqui no Brasil, com o decorrer do tempo e devido a varios fatores, Carolina foi esquecida, mas em outros lugares, não, como demonstra o filme Preciosa, já que segundo a escritora Sapphire, autora da obra de onde foi adaptado o filme, o livro de Carolina foi uma de suas fontes.
Um livro ainda pouco conhecido de Carolina, mas provavelmente até mais impactante que Quarto de Despejo, é Diário de Bitita, que retrata seu percurso desde a infância em sua cidade natal.
Jeferson De tem um curta sobre Carolina e no youtube há o documentário que está no link abaixo:
Um dia depois do Dia Internacional da Mulher, lemos a notícia da ida de Alda Espírito Santo para o orum. Guerreira de São Tomé e Príncipe, lutou pela independência de sua terra natal e teve participação ativa no pós-independência, chegando a ser ministra da educação.
Contemporânea de Amílcar Cabral e Agostinho Neto, embora seja poeta de língua portuguesa ainda é pouco conhecida no Brasil fora do círculo dos estudiosos, mas o som universalista de sua poesia com certeza vibra no coração de cada um dos que a leem. Abaixo um dos seus textos:
EM TORNO DA MINHA BAÍA
Aqui, na areia,
Sentada à beira do cais da minha baía
do cais simbólico, dos fardos,
das malas e da chuva
caindo em torrentes
sobre o cais desmantelado,
caindo em ruínas
eu queria ver à volta de mim,
nesta hora morna do entardecer
no mormaço tropical
desta terra de África
à beira do cais a desfazer-se em ruínas,
abrigada por um toldo movediço
uma legião de cabecinhas pequenas,
à roda de mim,
num vôo magistral em torno do mundo
desenhando na areia
a senda de todos os destinos
pintando na grande tela da vida
uma história bela
para os homens de todas as terras
ciciando em coro, canções melodiosas
numa toada universal
num cortejo gigante de humana poesia
na mais bela de todas as lições:
HUMANIDADE
Não sou muito fã de ler livros em computador. A tela do micro é cansativa para os olhos; por outro lado, no livro tradicional, a combinação de fatores como tipo de fonte, tamanho da letra e tipo de papel parece mágica quando é feita da maneira certa. Os antigos egípcios, quando aperfeiçoaram a escrita e inventaram o papiro, foram fantásticos e deram um passo gigantesco, depois ampliado por Gutenberg na Idade Média.
Hoje há equipamentos para ler livros digitais, os e-readers, aparelhos nos quais é possível ler livros em formatos como o pdf e que, por serem portáteis, são sérios candidatos a substituírem o livro de papel.
Embora a cada inovação tecnológica decrete-se a morte do livro tradicional, ele sobrevive há pelo menos 4 mil anos, e para quem se dispõe a ler na tela do micro obras já editadas em papel, um site interessante é o http://www.dominiopublico.gov.br.
Uma obra passa a ser de domínio público 70 anos após a morte de seu autor. O interessante desse site é que tem um bom acervo de autores como Lima Barreto e Cruz e Sousa, que têm obras difíceis de serem achadas porque não são reeditadas. Os livros estão em formato pdf, que pode ser lido no micro por meio do acrobat reader.
Abaixo disponibilizamos dois livros do site:
Primeiras Trovas Burlescas do Getulino – Luis Gama
Advogado e jornalista, Luis Gama usava a ironia de forma corrosiva. Foi um dos primeiros escritores a cantar a mulher negra em seus poemas. É indispensável conhecer.
Diário Íntimo
Pré-modernista, Lima nasceu ironicamente num dia 13 de maio. Sua visão crítica do Rio de Janeiro e do Brasil de sua época ainda é muito atual.
O Ministério da Cultura está com um edital aberto para um prêmio na área de cultura afro-brasileira, até o próximo dia 05. Segundo o Minc:
“O Prêmio Expressões Culturais Afrobrasileiras foi concebido em 2006, após o II Fórum Nacional de Performance Negra, realizado no Teatro Vila Velha, em Salvador. Um dos temas mais debatidos no fórum tratava da ausência de editais públicos e de linhas de financiamento direcionadas exclusivamente para o desenvolvimento de artistas, grupos e companhias que trabalham com a produção artística de estética negra.
Nesta primeira edição serão contemplados três segmentos:
· Teatro
· Dança
· Artes Visuais
O Prêmio é realizado pelo CADON – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves, em conjunto com a Fundação Cultural Palmares – FCP e com patrocínio da Petrobras.
Confira o Edital do prêmio.
Mais informações: www.premioafro.org
Esclarecimento de dúvidas: secretaria@premioafro.org, telefone (21) 2533-1171.”
Ao fazermos as entrevistas para o livro Bailes, um dos temas que veio à tona foi a participação cada vez menor dos afro-descendentes no carnaval, seja nos desfiles ou na arquibancada, pelo menos em São Paulo. Conversando com as pessoas no dia a dia, uma das coisas que muitos acham incompreensível é que a comunidade trabalha o ano inteiro e quem vai para os camarotes vips são “midiáveis” ou “personalidades” que nem sempre têm algo a ver ou mesmo gostam de carnaval, assim como quem recebe os holofotes na passarela são as “musas” que sempre ocupam os espaços da mídia. A comunidade, as famílias, o povo que trabalha fica do lado de fora vigiado pelo grande contingente de policiais e seguranças. Resta-nos a tevê e seu olhar enviezado, em que a câmera nos traz a “musa” de sempre em vários ângulos e closes, e passa rapidamente por aquela pretinha linda com muito samba no pé (mas que não vai ser eleita “musa” pela mídia) e que ao lado de outros tantos anônimos é a verdadeira responsável pela continuidade de sua escola.
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