O pesquisador Mário Augusto Medeiros fez uma pesquisa sobre literatura negra e periférica no Brasil e essa pesquisa ganhou o Prêmio para Jovens Cientistas do Centro da Estudos Sociais da Universidade de Coimbra em 2013 e a Menção Honrosa da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs), em 2012. Agora o trabalho saiu em um livro de fôlego, muito bem produzido pela Editora Aeroplano, com curadoria de Heloisa Buarque de Hollanda. O livro é “A Descoberta do Insólito”. Leitura obrigatória.
Durante muito tempo Mandela ficou preso. Aqui no Brasil, nas décadas de 80 e 90, muitos indivíduos e entidades se mobilizaram pedindo sua liberdade e o fim do apartheid. Mandela se tornou um símbolo da luta pela liberdade, cidadania e igualdade. Depois, nos eventos do movimento negro, trechos do hino da África da Sul foram muito cantados. No lançamento do CN36 exibimos o vídeo abaixo, disponível no youtube, mas sem as legendas, que nós acrescentamos.
Aqui a tradução:
Deus abençoe a África
Que suas glórias sejam exaltadas
Ouça nossas preçes
Deus nos abençoe, porque somos seus filhos
Deus, cuide de nossa nação
Acabe com nossos conflitos
Nos proteja, e proteja nossa nação
À África do Sul, nação África do Sul
Dos nossos céus azuis
Das profundezas dos nossos mares
Sobre as grandes montanhas
Onde os sons se ecoem
Soa o chamado para nos unirmos
e juntos nos fortalecermos
Vamos viver e lutar pela liberdade
Na África da Sul a nossa terra.
É isso mesmo. Cadernos Negros 36 foi lançado num evento muito legal. Em breve postaremos algumas fotos. Você já pode encontrar o 36 na lojinha do Museu Afro, no Ibirapuera, em São Paulo. Em Belo Horizonte você pode encontrar na Nandyala ou também pode solicitar pelo correio.
Para se inscrever no lançamento do Cadernos Negros volume 36, acesse o link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/1Ve9isjsquLNL9pMmpmPIzzZZPeAQFrWdsxpt0iWhgKA/viewform
SEXTA 13 SERÁ UM DIA DE SORTE – LANÇAMENTO DO CN36
Lançamento do livro CADERNOS NEGROS VOLUME 36 – CONTOS AFRO-BRASILEIROS.
Vai ser dia 13 de dezembro, sexta-feira, às 19h30
No auditório da Academia Paulista de Letras (um espaço central amplo e agradável)
Largo do Arouche, 312 (próx. à floricultura) – Metrô República
Entrada Franca
Com a presença de alguns autores do livro residentes em São Paulo e Brasília e algumas participações especiais.
Autores do livro: Adilson Augusto, Cristiane Sobral, Cuti, Elizandra Souza, Fausto Antônio, Hildália Fernandes, Jairo Pinto, Lande Onawale, Lepê Correia, Michel Yakini, Serafina Machado, Sergio Ballouk, Silvana Martins, Valéria Lourenço
Haverá a minipalestra “Literatura Afro X Literatura Periférica: Contemporaneidade”, com Michel Yakini, do coletivo Elo da Corrente e da Usp.
No evento de lançamento haverá a participação super-especial do cantor
Fabiann Ifrikan (músico da Guiné-Conacri)
Também haverá as participações das cantoras Liah Jonnes e Débora Garcia e de Cosme Nascimento na percussão.
E não poderia faltar: dança Afro com o grupo Omo Aiyê.
Inscrições devem ser feitas pelo site do Quilombhoje (www.quilombhoje.com.br / www.quilombhoje2.com.br/blog) ou neste endereço:
https://docs.google.com/forms/d/1Ve9isjsquLNL9pMmpmPIzzZZPeAQFrWdsxpt0iWhgKA/viewform
CADERNOS NEGROS VOLUME 36
Este volume 36 de Cadernos Negros continua a história da série criada em 1978 por Cuti, Hugo Ferreira, Jamu Minka e outros. Desde sua criação, a série tem seus volumes feitos de forma coletiva.
Com 14 autores e dezesseis contos, o livro de 128 páginas traz textos que falam de temas muito próximos a todos, como afetividade, relacionamentos, sobrevivência; traz temas atuais, como futebol, infância e educação; são contos criativos, relatos que dão um agudo retrato de diversos aspectos da vivência afro-brasileira contemporânea.
Lançar mais um Cadernos num ano em que se falou tanto da exclusão de escritores afrodescendentes, cujos textos são tão ricos, mas ainda não tão lidos como deveriam, é algo de profundo significado para os atuais coordenadores da série: Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa.
Cadernos 36 certamente colaborará para dar mais visibilidade à literatura afro.
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Aqui você pode visualizar o mapa do local:
Ver mapa maior
Aqui está o flyer eletrônico:
PAULO COLINA
Nessa pegada de reler alguns dos nossos, reencontramos os textos de Paulo Colina, falecido em 1999. É fundamental relembrar alguns dos seus poemas, afinal são textos que falam da gente, e que teimam em se manter vivos, e para isso só precisam mesmo da gente. Para saber mais, é só ir atrás dos livros de Colina.
ESBOÇO
O meu braço
laço e corte
é machado-foice-
pau
o meu braço
é cimento
é concreto-britadeira
é parada infernal
sou a fome em sua porta
sou tocaia nas esquinas
olha o cano
olha o punhal
sou o asco
sou só casca
sou o nó que não desata
sou notícia de jornal
não aceito mais açoite
sou orgulho sou bravata
sou açúcar sou o sal
sou o suor pelota e grama
sou cansaço coração
sou a válvula de escape
pro seu ódio emoção
eu sou ginga melodia
berro couro alegria
todo ano carnaval
sou madeira que não verga
sou o dia sou a noite
não faz mal
(in Cadernos Negros 3)
FORJA
entre uma calmaria
e outra
do mar de nossas peles
me bastaria amor cantar o fogo
que somos na nascente
de suas coxas
mas há essa dor de outros tempos
e corpos
essa rosa-dos-ventos sem norte
na memória sitiada da noite
embora o gesto possa ser
no mais todo ternura
o poema continua um quilombo
no coração
(do livro A Noite não Pode Licença)
FÊNIX
Basta!
Chega de tentar nos induzir,
de tentar nos enganar,
de querer nos conduzir,
nos separar;
já não há por que mentir
nem mais razão para esconder
esse sorriso atravessado
de escárnio
em nossas costas esses dentes,
essas presas sempre prontas,
prontas para esfolar.
Nada há de novo sob o sol;
nada além de umas carcaças,
secos Fênix de uma raça
que suposta oprimida,
feito um sonho e pesadelo,
bem um sonho e pesadelo,
renasce para gritar.
Desde que os servos
vindos da noite
não ameacem o reinado,
senhor,
há uma grande união;
desde que os servos
vindos da noite
não disputem seu pão,
meu senhor,
há uma grande união.
Cuide
que de fora desse circo,
lá de fora, sob o sol,
ou entre o arco do poente,
há cabeças, há carcaças,
cinzas Fênix de uma raça
que suposta oprimida,
feito um sonho e pesadelo,
bem um sonho e pesadelo,
renasce para lutar.
(in Cadernos Negros 3)
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SARAU DIA 09/11
Então… no dia 09 de novembro, sábado, vai rolar mais uma edição do Sarau Afro Mix. Vai ser na Casa das Rosas, av. Paulista/SP, a partir das 16h15. Leve seus textos.
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E EM DEZEMBRO:
CADERNOS NEGROS 36 – CONTOS
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CURTA HISTÓRIAS
(Para mais informações, acesse: www.curtahistorias.org)
Estão abertas até 05 DE NOVEMBRO DE 2013 as inscrições para a primeira edição do Curta Histórias, festival de curtas-metragens voltado aos alunos matriculados na Educação Básica da rede pública de ensino de todo o país.
Com o tema “Africanidades Brasileiras”, o projeto busca incentivar jovens estudantes na elaboração de vídeos, de até um minuto, sobre a cultura afro-brasileira, utilizando telefones celulares ou câmeras digitais. Podem participar do festival todas as escolas que aderiram aos programas Mais Educação, Projovem e Ensino Médio Inovador.
A iniciativa tem como objetivo valorizar a Educação nas Relações Étnico-Raciais e apoiar a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Básica.
As equipes vencedoras receberão curso de formação em cinema e empreendedorismo, tablet e um aparelho celular smartphone. Cada escola vencedora ganhará uma cinemateca com data-show, aparelho DVD, filmadora digital e câmera fotográfica. A divulgação dos resultados ocorrerá no dia 25 de novembro, em Brasília.
O “Curta Histórias” é uma realização do Ministério da Educação, por meio da SECADI- Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão , com a Fundação Vale, Fundação Telefônica, Associação Casa da Árvore, Sebrae e UNESCO.
As inscrições são gratuitas.