Cadernos
Negros Volume 23
Parodiando
o sambista, assinalo que os Cadernos Negros têm sido o abraço d’alma recebido
pelos afro-descendentes nestes últimos vinte e dois anos, trazendo felicidade,
apesar do desemprego e desassossego vivenciados pela comunidade negra.
São contos e poesias invocando a raiz da liberdade. Os Cadernos Negros
surgiram dentro da Década Contra o Racismo e Discriminação Racial instituída
pela ONU (1973/1982), ressaltando-se que o Brasil, em 21/06/77, pelo Decreto
Administrativo nº 23, ratificava a Convenção Internacional sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação Racial. À época do aparecimento de
Cadernos Negros, os jovens afro-brasileiros encontravam nas publicações
identidade, auto-estima, sonhos e frustrações, através dos personagens
retratados, e assim reafirmavam sua militância. A memória do povo escravizado
vinha acompanhada dos heróis e heroínas anônimos, embalados pelos nossos
orixás, fazendo com que a resistência quilombola penetrasse e permanecesse
em cada um, e então aguardávamos todos os anos nos bares, portas de teatros,
escolas de samba e reuniões das diversas entidades mais um exemplar, ou
seja, mais um abraço negro. Que ele continue nas décadas vindouras. Maria da
Penha Guimarães Advogada Autores: Cristiane Sobral, Cuti, Elivelto Corrêa, Esmeralda Ribeiro, Fausto Antônio, Jamu Minka, Jônatas Conceição, José Carlos Limeira, Landê Onawale, Sidney de Paula Oliveira, Therezinha Tadeu. Preço: R$ 12,oo (doze reais) |