O
material publicado nos Cadernos tem sido fonte para ensaios, teses e
estudos diversos por parte de estudantes de Letras, pesquisadores e
professores universitários.
No campo estético ou enquanto forma de resistência cultural, os
Cadernos têm tido importância inegável e, proporcionando oportunidade
para o exercício de criação literária diferenciada, possibilita que
os descendentes de africanos passem de objeto a sujeito da escrita,
enriquecendo ainda a discussão a respeito da questão racial.
A venda principal dos Cadernos ocorre no lançamento de cada volume.
Estes eventos chegaram a reunir 2.000 pessoas, têm performances poético-dramáticas
e espetáculos de dança. O público leitor de Cadernos é heterogêneo,
sendo constituído, majoritariamente, por pessoas da comunidade afro-brasileira,
especialmente universitários, professores e profissionais liberais.
Mas também há leitores comuns e intelectuais pertencentes a outros segmentos
étnicos da população.
Os Cadernos atendem a uma demanda por um tipo de literatura não
oferecida pelo mercado editorial. O seu nome tornou-se uma marca cujo
alcance vai além dos limites de distribuição e venda dos livros.
Os Cadernos Negros têm sua organização e editoração a cargo do
Quilombhoje (que também se encarrega do lançamento e distribuição),
o grupo arca com parte dos recursos e outra parte é dividida pelos autores
participantes, num processo cooperativo que tem permitindo superar as
barreiras impostas pelo mercado. Recentes volumes foram feitos em co-edição
com uma editora.